EXPANSÃO DO BRASIL E DO G-20 SUPERA PREVISÃO, DIZ AGÊNCIA


A agência de classificação de risco Standard & Poor's afirmou que o crescimento de alguns países do Grupo dos 20 (G-20, que reúne os países mais ricos e os principais emergentes) neste ano está sendo melhor do que o esperado e observou que o Brasil está se beneficiando de um aumento no investimento e no consumo.

"A Argentina está se beneficiando de termos favoráveis no comércio, o Brasil se beneficia de maior investimento e consumo, e Alemanha e Japão têm registrado exportações surpreendentemente fortes", comentou o presidente do comitê de rating soberano da S&P, John Chambers, no relatório intitulado Fundamentos de Crédito Permanecem Intactos para Soberanos do G-20.

No entanto, a S&P reduziu suas projeções de crescimento em 2011 e 2012 para os EUA e o Canadá, argumentando que a retirada dos estímulos fiscais nos EUA será mais prejudicial para o crescimento do país e do seu vizinho do norte do que o estimado anteriormente.

"No geral, nós classificaríamos as perspectivas para todas as nações de alta renda do G-20 como fracas, em razão da desarticulação de seus setores financeiros e da desalavancagem resultante, particularmente pelas famílias, o que nós acreditamos que vai persistir por mais algum tempo", afirmou Chambers.

Embora continue prevendo altos déficits para os membros de maior renda do G-20, a S&P melhorou "um pouco as previsões de déficit para o Reino Unido, em seguida a ações do governo para corrigir as finanças públicas, e para a Austrália, cuja receita tem se mantido melhor do que nós esperávamos que aconteceria", disse Chambers.

Desde o último relatório sobre o G-20, publicado em 20 de abril, a S&P elevou o rating soberano de um dos componentes do grupo - a Argentina, para B. A maioria das perspectivas para os membros do G-20 é estável, embora para Turquia e Indonésia a perspectiva seja positiva e para Reino Unido, Japão e África do Sul seja negativa.

BRASIL, CHINA E UE EXIGEM EMPENHO DOS EUA EM DOHA


Brasil, China e União Europeia (UE) exigiram dos Estados Unidos ontem maior engajamento nas negociações para a conclusão da Rodada de Doha de liberalização do comércio global. "Muitos membros da Organização Mundial do Comércio - OMC observaram que, especialmente nos dois últimos anos, os Estados Unidos parecem ter renunciado a seu papel de liderança nas negociações", disse o embaixador chinês Sun Zhenyu, durante sessão na OMC em que as políticas comerciais dos EUA foram avaliadas, o que ocorre a cada dois anos.

Embora peçam que os países em desenvolvimento façam mais concessões para se chegar a um acordo global, os Estados Unidos "falham em dizer como pretende melhorar sua própria oferta em questões que preocupam as nações menos desenvolvidas", disse Sun, ecoando preocupações que também são do Brasil.

A UE pediu que os EUA acelerem sua posição "inclusive dando mais contribuições próprias às negociações e sendo realista naquilo que pede de seus parceiros".

Segundo o chefe da delegação europeia em Genebra, John Clarke, "os EUA estiveram na vanguarda daqueles que reconhecem o valor de um comércio aberto, baseado em regras internacionais". Recentemente, contudo, "vemos alguns sinais de que esse compromisso e disposição para liderar pelo exemplo estão diminuindo. Isso é motivo de grande preocupação", disse Clark durante a reunião.

Além das negociações da Rodada de Doha, Washington também foi bastante criticado em outras frentes de sua política comercial.

Fonte: Diário do Comércio e Indústria

CHINA VENCE EUA EM DISPUTA COMERCIAL SOBRE FRANGO NA OMC


A China obteve uma rara vitória contra os Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio (OMC), depois que um painel de arbitragem considerou ilegais as restrições norte-americanas sobre as importações de aves chinesas.

Geralmente os painéis desse tipo pedem que a parte ofensiva suspenda a medida considerada ilegal, mas, neste caso, o grupo de análise afirmou que não faria nenhuma recomendação, pois as referidas restrições dos Estados Unidos já expiraram.

Pequim acusou Washington de descumprir normas de comércio internacional por meio de diversas medidas, inclusive por um projeto de lei que resultou numa efetiva punição sobre as importações de aves da China. Os chineses chamaram as medidas de "claro protecionismo discriminativo".

Em 2004, China e Estados Unidos interromperam as importações de frango entre si, em meio a temores relacionados à disseminação da gripe aviária. Embora os embarques tenham sido retomados paulatinamente, autoridades de Pequim reclamam que os americanos continuam controlando o comércio de aves chinesas.

Os Estados Unidos argumentaram que adotaram "uma reação objetiva e baseada na ciência", permitida pelas regras da OMC, enquanto as autoridades do país examinam se o sistema de segurança alimentar chinês vai ao encontro dos níveis de proteção exigidos.

No entanto, o painel da OMC afirmou que as medidas de Washington foram ilegais porque não tiveram evidências científicas suficientes e porque não foram baseadas numa avaliação de risco dos alimentos. Também entendeu que, embora os EUA tenham permitido as compras de aves de outros membros da OMC, "impôs a proibição da importação de produtos de frango da China".

No início da semana, Francisco Turra, presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), disse que o Brasil pode ganhar mercado na China após o país decidir sobretaxar o frango produzido nos Estados Unidos. Turra disse que o Brasil deve ser beneficiado pela decisão do governo Chinês de adotar tarifas antidumping de 50,3% a 105,4% no frango norte-americano.

"Não significa que esse anúncio de tarifa seja uma vitória para nós, mas com certeza é uma facilidade para o Brasil, que está entrando de forma muito tranquila no mercado chinês", afirmou.

No ano passado, as vendas de frango brasileiro para a China somaram 28 mil toneladas. Para este ano, a previsão é de exportações brasileiras para a China de até 128 mil toneladas.

Fonte: Diário do Comércio e Indústria

OGX realiza teste de formação no poço OGX-18

     A OGX Petróleo e Gás Participações S.A. ("OGX S.A.") (Bovespa: OGXP3; OTC: OGXPY.PK), empresa brasileira de óleo e gás natural responsável pela maior campanha exploratória  privada no Brasil, comunica ao mercado que concluiu o Teste de Formação a Poço Revestido realizado no poço 1-OGX-18-RJS, localizado no bloco BM-C-40, em águas rasas da Bacia de Campos. A OGX detém 100% de participação neste bloco.

"A realização de mais um teste de formação nesta porção da bacia de Campos, atingindo altas produtividades, representa um importante passo na busca do conhecimento das características dos reservatórios, visando produzir petróleo o mais rápido possível, sempre utilizando as melhores práticas do mercado", comentou Paulo Mendonça, Diretor Geral da OGX.

O poço OGX-18, prospecto Ingá, foi perfurado até uma profundidade de 2.260 metros tendo encontrado hidrocarbonetos nos reservatórios arenosos da seção santoniana e nos reservatórios carbonáticos da seção albiana, conforme anunciado no dia 11 de agosto de 2010. Foi realizado um teste de formação a poço revestido nos reservatórios arenosos da acumulação santoniana, objetivando verificar as características destes reservatórios em condições dinâmicas.

O teste foi considerado conclusivo e os dados de pressões, vazões e as condições permo-porosas confirmam um potencial de produção entre 8.000 e 12.000 barris de petróleo por dia em poço vertical e entre 25.000 e 35.000 barris por dia em poço horizontal.

O teste também possibilitou constatar a qualidade do óleo de 27° API. As pressões estáticas encontradas são normais, não havendo indicativo de depleção. Este teste é um importante passo para um melhor conhecimento do reservatório e para o desenvolvimento de futuros projetos de produção na região.

A sonda Ocean Lexington, utilizada na perfuração deste poço e na realização deste teste, será deslocada para o poço OGX-2, descoberta de Pipeline, no bloco BM-C-41, a fim de coletar informações adicionais dos reservatórios existentes

Petrobras atrai R$ 21 bi do exterior

Os investidores estrangeiros entraram com cerca de R$ 21 bilhões na oferta de ações da Petrobras, segundo cálculo feito a partir de informações obtidas pelo Valor. O número oficial sobre a divisão do bolo das ações da petroleira será conhecido até 25 de outubro, quando for divulgado o anúncio de encerramento da oferta.

A venda total de ações da estatal somou R$ 120 bilhões, e R$ 85 bilhões corresponderam ao que ficou conhecido como oferta prioritária, destinada aos acionistas já existentes, principalmente a União. A oferta efetivamente pública (livre) correspondeu a R$ 35 bilhões. Pelas estimativas obtidas pelo Valor, os estrangeiros ficaram com aproximadamente 60% das ações vendidas na oferta livre.

A demanda de estrangeiros e a consequente alocação dos papéis ficou em cerca de 70% das ações ordinárias vendidas na oferta livre, enquanto os brasileiros ficaram com aproximadamente 30%. No caso das ações preferenciais da oferta pública, a demanda e alocação dividiram-se praticamente meio a meio.

Em valores, os investidores internacionais ficaram com cerca de R$ 13 bilhões em ações ordinárias e R$ 8 bilhões em preferenciais, totalizando os R$ 21 bilhões, em cifras aproximadas. Como foram vendidos R$ 13 bilhões em recibos de depósitos de ações (ADRs) negociados em Nova York, estima-se que os estrangeiros tenham comprado R$ 8 bilhões no mercado local. Esse seria o valor, portanto, que os estrangeiros teriam que trazer ao país para fazer o pagamento dos papéis. A liquidação financeira da oferta ocorreu ontem. A porção vendida em ADRs é liquidada lá fora e cabe à Petrobras decidir o que fazer com esse caixa.

Era consenso ontem no mercado financeiro que o impacto da oferta da Petrobras no câmbio já ocorreu. O que havia para ingressar de dólares no país entrou até segunda-feira. Além disso, os R$ 8 bilhões são muito menos do que se estimou inicialmente que a venda de ações poderia trazer ao país. Apesar disso, o dólar continuou em trajetória de queda ontem. Cedeu 0,29% e fechou a R$ 1,705, a menor cotação desde 9 de novembro de 2009.

Em setembro, o saldo do fluxo cambial estava positivo em US$ 11,87 bilhões até o dia 24. Somente pela conta financeira, o ingresso líquido foi de US$ 14,456 bilhões, o maior da série iniciada em 1982, superando outubro de 2009, quando a oferta de ações do Santander trouxe fluxo líquido de US$ 13,10 bilhões. Dessa vez, além da capitalização da Petrobras, um volume expressivo de captações internacionais - privadas e da República - explicam o resultado.

Ontem os bancos centrais de Coreia do Sul, Índia, Malásia, Taiwan, Cingapura e Filipinas fizeram intervenções cambiais para evitar a valorização de suas moedas.

Abimaq pede ação do governo para barrar “invasão” de produtos do exterior

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O setor de máquinas e equipamentos voltou a pedir hoje (29) que o governo adote medidas contra a forte entrada de produtos importados. Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto, a alta importação, a que ele chama de "invasão", já está gerando desindustrialização e desnacionalização no setor.

“Estamos passando por um processo de desindustrialização e desnacionalização muito rápido. Temos que tomar uma atitude emergencial. Não é proteção, é defesa comercial”, disse.

Segundo dados da entidade, de janeiro a agosto deste ano, o país importou US$ 15,5 bilhões em máquinas e equipamento, 27,7% a mais que no mesmo período do ano passado. Os Estados Unidos, a Alemanha e a China são os principais mercados do setor importador brasileiro.

“Várias empresas do nosso setor, como não conseguem mais competir com os chineses, estão se aliando a eles. Estão trazendo as máquinas prontas, e os componentes, da China e vendendo aqui”, explicou. “O faturamento do setor está se mantendo em função disso, da importação e da revenda no Brasil. Mas esse é o processo de desindustrialização que a gente fala”, completou.

O presidente da Abimaq afirmou ainda que irá se reunir na próxima semana com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para discutir o aumento da alíquota de importação de máquinas e equipamento. Hoje, o imposto é de 14% e os empresários querem que seja aumentado para 35%.

O setor faturou R$ 46,8 bilhões entre janeiro e agosto, 12,8% a mais do que o acumulado no mesmo período de 2009, quando o faturamento atingiu R$ 41,5 bilhões. No entanto, se o resultado de janeiro a agosto deste ano for comparado ao do mesmo período de 2008, quando os primeiros efeitos da crise econômica mundial ainda não eram sentidos no Brasil, a retração foi de 11,8%.

No mês de agosto deste ano, o setor faturou R$ 6,2 bilhões, aumento de 1,9% em relação ao registrado em julho. Na comparação com agosto do ano passado, crescimento foi de 0,87%. Os números foram divulgados hoje pela Abimaq.

Edição: Aécio Amado

Sebrae capacita pequenas empresas de petróleo e gás

Num momento em que empresas de todo o mundo se aproximam do Brasil de olho no setor de petróleo e gás, pequenas empresas brasileiras se unem a estrangeiras para tentar assegurar espaço no mercado interno.

Segundo estimativa do BNDES, os investimentos no setor devem somar R$ 340 bilhões entre 2010 e 2013.

A partir da percepção de que o país estava sendo "invadido", Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e Onip (Organização Nacional da Indústria do Petróleo) começaram a buscar alternativas.

De um diagnóstico que apontou necessidade de inovação tecnológica e melhoria da competitividade - em preço, prazo e qualidade -, surgiu o Programa de Internacionalização da Cadeia Produtiva de Petróleo e Gás.

Iniciado no ano passado, com 30 empresas no Rio e na bacia de Campos, trabalha a qualificação e a cultura da internacionalização. Já foram realizadas 13 missões internacionais, e, das 30 empresas da primeira turma, 19 encontraram parceiro externo.

Para o diretor técnico Carlos Alberto Santos, um dos pontos positivos é a criação de oportunidades para que as pequenas empresas deem salto no processo produtivo.

Caso de sucesso é o da Polar, de componentes elétricos para plataformas, que selou joint venture com a holandesa Heinen & Hopman. A companhia já atuava no país, mas buscava atender as crescentes exigências de conteúdo e mão de obra locais.
"Com essa joint venture, consegui avançar 45 anos", diz Evandro Esteves, fundador da Polar e hoje diretor da Heinen & Hopman no Brasil.

Fonte: Folha Online

FMI TEME QUE ACONTEÇA UMA GUERRA CAMBIAL NO MUNDO

O diretor gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, disse ontem que não descarta a hipótese de uma guerra cambial global, mas acredita que isso é improvável. Como uma tendência potencial, Strauss-Kahn disse que é uma preocupação, "mas eu não sinto hoje que exista um grande risco de uma guerra cambial", completou ele.

Após a recente intervenção do Japão no mercado de câmbio para conter a alta do iene, o ministro da Fazenda do Brasil Guido Mantega, disse acreditar que o mundo está envolvido em uma guerra cambial e comercial, com países procurando vantagens ao manipular suas moedas.

Segundo Mantega, governos de vários países, incluindo Estados Unidos e Japão, estão a permitir a desvalorização de suas moedas a fim de conquistar mercados em países que apresentam um bom desempenho interno de suas economias, como é o caso do Brasil. O ministro ressaltou que na próxima reunião do G-20 ele levará às autoridades do grupo a manifestação de que a gestão cambial precisa ser muito mais harmoniosa entre seus participantes. "Eu acho que o câmbio flutuante é o melhor sistema, mas precisa ser flutuante para todo mundo", comentou.

O diretor-gerente do FMI disse que as autoridades do fundo e do G-20 estão trabalhando ativamente para evitar tal batalha global de depreciações cambiais competitivas, e que o assunto será discutido nas próximas reuniões do grupo.

Dadas as potenciais repercusões especialmente em meio a uma frágil recuperação e com o FMI solicitando uma cooperação internacional para reequilibrar a economia global - Strauss Kahn afirmou que a probabilidade de uma guerra de depreciações cambiais "é bastante baixa". "Não se pode esperar nada de bom de uma intervensão no câmbio. A história mostra que o efeito desse tipo de medida não dura muito," comentou. Segundo o diretor do FMI, ou uma intervensão discreta é ineficaz, ou uma medida mais forte gera retaliações destrutivas.

Esta é mais uma demonstração de que o FMI ostenta grande preocupação com o cenário econômico mundial.

Fonte: Diário do Comércio e Indústria

ÁRABES BUSCAM FRUTAS BRASILEIRAS

Exportadores de frutas interessados em vender para os países árabes estão negociando com empresas de Omã e dos Emirados Árabes Unidos, que participaram nesta terça-feira (28) das rodadas de negócios promovidas durante a feira Fruit & Tech, que termina quarta-feira, em São Paulo.

As empresas Abdul Fatah Mohd Noor Co., de Omã, e Interworld Foods, dos Emirados, pertencem ao mesmo grupo e negociam juntas durante a feira na capital paulista. De acordo com Shanavaz Ahmed, gerente geral da companhia omani, ambas as empresas já contam com seis fornecedores brasileiros e estão em busca de novos parceiros.

Os importadores árabes já compram maçãs, laranjas e limões do Brasil. "Estamos buscando por novos fornecedores para estes e também para outros produtos, como abacaxi e mamão", diz Ahmed. Ele aponta, porém, entraves como o longo tempo de transporte da mercadoria até o Oriente Médio. "O navio leva de 27 a 35 dias, e muitas das frutas tropicais não resistem a tanto tempo."

A empresa de Omã compra anualmente cerca de 2,5 mil toneladas de frutas e vegetais do Brasil, que são vendidos dentro do próprio país.

Tharak Muhammed, diretor da Interworld, revela que sua empresa tem interesse em outras variedades de frutas, como uvas, ameixas, pêssegos, abacates e cerejas. A empresa dos Emirados importa entre 3 mil e 3,5 mil toneladas por ano de alimentos do Brasil, entre frutas, vegetais, carne bovina e de frango e ovos.

"Reexportamos dos Emirados para mercados como Iraque, Kuwait, Arábia Saudita e Catar. Temos um mix de alimentos de diferentes origens que estão concentrados em Dubai e reexportados diariamente", destaca.

Além de importar e revender os alimentos, a empresa faz ainda a reembalagem e distribuição de carne bovina, de carneiro, frangos inteiros e em partes. O faturamento anual das empresas é de US$ 28,8 milhões.
Luiz Gabriel Borges, gerente de vendas da Associação dos Morangueiros de Estiva, em Minas Gerais, disse que os árabes ficaram interessados na compra de morango orgânico. "Ainda não há oferta alguma [de morango orgânico] no país deles. Esse é o primeiro contato. Tudo indica que a gente vai fazer bons negócios", revela.

Segundo o executivo, juntas, as duas empresas têm uma demanda de cinco toneladas por semana da fruta.

Ele acredita que os negócios possam ser fechados a partir da próxima safra, em maio de 2011.
Rogério Nascimento, representante da trading BC Trad, também de Minas Gerais, diz que os árabes se interessaram por sucos em polpa, açúcar e café. Entre os sabores de sucos, a empresa oferece uva, maracujá, pêssego, manga, açaí e guaraná. "Ficamos de mandar a lista de preços para eles fazerem um comparativo. Em outro momento, mandaremos as amostras." A trading já exporta para países da Europa, América Central e Japão.

Já David Ferreira Jr., diretor da consultoria empresarial em fruticultura DF Skill, de Itapetininga, em São Paulo, relatou que os árabes estão interessados em comprar laranja e limão taiti. "Temos disponibilidade para trabalhar com esses produtos o ano todo", diz. "Eles têm uma demanda de 46 toneladas semanais, em um período que vai de julho a setembro", revela.

O executivo conta que sua empresa trabalha com 30 produtores e tem plena capacidade de atender a demanda das duas empresas. Segundo ele, serão enviadas as cotações de preço para as companhias árabes e há expectativas de negócios ainda para este ano.

Fruit & Tech

A Fuit & Tech está em sua segunda edição. Este ano, o evento traz 100 expositores de frutas, legumes, verduras e derivados, e espera atrair até quatro mil visitantes. Localizada no pavilhão amarelo do Expo Center Norte, a feira ocupa um espaço de 3 mil metros quadrados. Nas rodadas de negócios internacionais, além dos compradores dos Emirados Árabes e Omã, o evento trouxe importadores da Rússia, Espanha, Alemanha, Itália, Estados Unidos, Argentina e África do Sul.

Fonte: Agência Anba

Imposto maior acaba com arbitragem de juro

Depois do ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi a vez a do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, alertar sobre a possibilidade de aumento na alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) que incide sobre o capital externo que vem buscar rendimento por aqui.

Além de falar sobre a possibilidade de aumento de tributação, Meirelles também falou sobre o uso do swap cambial reverso, instrumento na que prática significa a compra de dólares no mercado futuro.

Mas cabe lembrar que o swap reverso tem sua eficácia questionada no controle da valorização do real, pois seu modelo de remuneração estimula os agentes a derrubar o preço da moeda americana, depois de um breve período de alta. A fala do presidente do Banco Central não teve impacto no câmbio. O pregão de terça-feira foi morno, e o dólar fechou estável a R$ 1,710.
Novo governo precisa discutir modelo cambial
Alguma reação foi observada no pregão de juros futuros, onde os contratos de prazo mais dilatado apontaram para cima, mostrando desmanche de posições.

Conforme notou o economista-chefe do Banco Schahin, Sílvio Campos Neto, um aumento na alíquota do IOF equivale a uma redução direta no diferencial de juros entre o mercado local e o externo.

Esse tipo de medida acaba afugentando tanto o capital de curto prazo, também chamado de especulativo, quanto o capital de longo prazo. Em função disso, Neto não descarta a possibilidade de o governo trabalhar com taxas diferentes de IOF para capitais com prazos distintos de investimento. Algo como taxas maiores para prazos menores.

Ainda no capítulo IOF, o diretor-executivo da NGO Corretora, Sidnei Moura Nehme, não descarta uma elevação na alíquota desse imposto como forma de tirar atratividade das operações de arbitragem de taxa.

Pelas contas de Nehme, um IOF de 5% (atualmente a taxa é de 2%) deixa o rendimento do investimento externo em juros locais abaixo de 1%, ou até mesmo negativo dependendo do prazo considerado.

"O foco do país deve ser os investimentos de boa qualidade, os Investimentos Estrangeiros Diretos (IEDs), que são produtivos, geram trabalho, renda e crescimento do PIB brasileiro", ressaltou o especialista.

No entanto, esse aumento de tributação, diz Nehme, deve ser pensando dentro de uma estratégia maior, visando a uma adaptação do sistema cambial brasileiro às condições vigentes no mercado externo.

Para o especialista, é preciso blindar melhor o cenário cambial brasileiro para que o país não seja machucado pelo confronto entre economias desenvolvidas, que querem exportar mais e comprar menos e já tomam medidas para viabilizar essa estratégia.




Para Nehme, o ponto mais contundente que precisa ser discutido é se o país tem condições de conviver com um sistema de câmbio flutuante dentro de um cenário em que não dispõe de poupança interna para suportar o excedente do fluxo cambial (compra dólares emitindo dívida) e se tem condições de controlar a inflação sem interligar política monetária com política cambial (usa o dólar como âncora inflacionária).

"Mas esta é uma discussão que envolverá tempo além do atual governo e que deve ser definida pelo novo governo. Não se trata de voltar ao passado, mas de construir um modelo próprio, híbrido, que defenda o mercado das manipulações especulativas e devolva ao governo a liderança sobre o mesmo", diz Nehme.

Eduardo Campos é repórter
E-mail eduardo.campos@valor.com.br

Reforma tributária deve começar por ICMS após eleições, diz Mantega

“É possível fazer a reforma tributária no que diz respeito ao ICMS e acabar com a guerra fiscal entre os Estados. Passadas as eleições, poderemos retomar e até já fazer mudanças na questão do ICMS [Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviço], que traga benefícios para a produção”, afirmou durante seminário na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

Segundo o ministro, o governo deverá reduzir as alíquotas interestaduais e dará compensação aos Estados. “Todos sairão ganhando, inclusive a balança comercial”.

O restante da reforma deverá ficar para o próximo governo. Segundo Mantega, a proposta completa já está pronta e só não foi “levada a diante por causa da questão eleitoral”. “Resolvemos postergar essa decisão [de fazer a reforma completa agora] para o início do próximo governo. O próximo governo já tem pronta uma proposta de reforma tributária para ser realizada”, afirmou.

Segundo ele, também haverá uma desoneração da folha de pagamentos. “Está prevista a redução de seis pontos percentuais de redução previdenciária patronal, que hoje é de 20%. Isso seria uma redução importante”, disse. O governo pretende ainda devolver mais rapidamente créditos tributários.

Mantega falou ainda sobre a valorização do real e afirmou que o governo vai tomar medidas para controlar a moeda. “Não permitiremos uma sobrevalorização do câmbio. Temos os instrumentos para impedir que isso ocorra”.

O ministro afirmou que o governo está comprando mais dólares e que o país deve somar reservas de US$ 270 bilhões, além das reservas do Tesouro. Segundo ele, não haverá taxação de Investimentos estrangeiros, que são “positivos para o país”.

Mantega adiantou, no entanto, que as medidas podem envolver as aplicações de Renda Fixa ou outras de curta prazo, mas o ministro não informou como ou quando.

”Estamos esperando que haja uma acomodação do mercado após a Capitalização da Petrobras. Passada a situação, deve haver calmaria. Se não houver, veremos os instrumentos que temos [para utilizar]“, afirmou.

Fonte: Folha On Line

LLX negocia acesso ferroviário para atender porto de Açu

As concessionárias Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) e MRS e a LLX Logística, do grupo EBX, negociam com o governo uma solução para implantar, no litoral norte do Rio, linha férrea com 345 quilômetros de extensão e investimentos estimados em R$ 1,2 bilhão. Na região existe trecho da malha da FCA que está abandonado. Com o projeto, esse trecho poderá ser recuperado para fazer o transporte de cargas de diversas empresas. Uma das maiores interessadas na nova linha férrea é a LLX, que desenvolve em São
João da Barra, no norte fluminense, o porto do Açu.

A implantação de uma ferrovia no norte fluminense é estratégica para a LLX desenvolver o porto, que tem o minério de ferro como principal carga. O presidente da LLX, Otávio Lazcano, confia que a ferrovia estará concluída no fim de 2012, início de 2013. Segundo ele, LLX e outras empresas vão garantir demanda de transporte na ferrovia. Ele disse que a partir de 2014 o porto Açu terá capacidade de receber 340 milhões de toneladas de carga por ano. Parte desse volume será transportado por ferrovia. Há estimativas de que, em uma primeira fase, a ferrovia do norte fluminense poderia ter contratos firmes de carga de 15 milhões de toneladas por ano.

 
Como concessionária na região, a FCA - que pertence à Vale - tem proposta para transformar um trecho de bitola métrica (estreita) com cerca de 230 quilômetros entre Itaboraí e Campos dos Goytacazes, no Rio, em bitola larga para permitir a conexão com a MRS, desde Minas Gerais. Seria implantado um terceiro trilho até Campos, onde vai sair um ramal de 45 quilômetros até o Açu. A ligação da MRS com a FCA também vai exigir a reconstrução de um trecho de 20 quilômetros entre Ambaí e São Bento, na grande Rio, na área de concessão da FCA. E intervenções entre São Bento e Visconde de Itaboraí, também no Rio, trecho de 50 quilômetros pertencente ao governo federal e ao Estado do Rio, onde há operações de trens de passageiros.

As negociações também passam pela estatal Valec, Engenharia, Construções e Ferrovias, concessionária da Estrada de Ferro 354. A EF 354, chamada de Transcontinental, é um projeto de ferrovia de bitola larga que foi planejada para passar pelo litoral norte do Rio e depois seguir, via Minas e Centro-Oeste, para o Acre. E dali para o Pacífico, no Peru.

Delmo Pinho, subsecretário estadual de Transportes, disse que o governo do Rio fez estudo que estimou em R$ 1,2 bilhão o custo de implantação da ferrovia da região metropolitana do Rio até o Açu. Esse número deve ser revisto por estudo contratado pela FCA. Pinho criticou a concessionária por ter "abandonado" várias linhas no Estado.

Na semana passada, representantes da LLX, FCA e MRS reuniram-se com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para discutir o projeto da linha ferroviária no norte do Rio. Uma nova reunião está prevista para o mês que vem, segundo apurou o Valor. O diretor-geral da ANTT, Bernardo Figueiredo, disse que a curto prazo deve ser assinado protocolo para execução do projeto, o qual vai envolver a iniciativa privada. "Estamos discutindo o projeto do ponto de vista da Valec, que é a concessionária para a linha de bitola larga [no litoral norte do Rio]", disse Figueiredo. O protocolo deve ser assinado pelo Ministério dos Transportes, o Estado do Rio e a Valec.

Figueiredo disse que há um começo de conversa entre a FCA e a Valec pela qual a empresa estatal poderia vir a construir a linha da EF 354 aproveitando a faixa de domínio da concessionária da Vale. O acordo permitiria reduzir os investimentos necessários. Ele reconheceu que, se não houver acordo a Valec, poderia construir a EF 354 em uma faixa diferente da detida pela FCA. Figueiredo disse que não existe uma proposta formal da FCA à ANTT para reformar o trecho da concessionária no litoral norte fluminense.

"O que existe é TAC", afirmou Figueiredo referindo-se ao instrumento Termo de Ajustamento de Conduta.

Uma fonte envolvida nas negociações disse que a FCA tem TACs não cumpridos que envolvem investimentos muito altos. E que a discussão passaria pela FCA concentrar os investimentos previstos nos termos de ajustamento na linha do norte fluminense. A FCA disse que existe uma proposta formal feita ao Ministério dos Transportes e à ANTT para a revitalização do trecho do norte fluminense dentro de um projeto que considera "viável". Em referência à concessão da EF 354, a empresa disse desconhecer a proposta.

O diretor de comercialização de logística da Vale, Marcello Spinelli, disse que a FCA contratou estudo de engenharia para detalhar o projeto. Segundo ele, a FCA mantém entendimentos sobre o projeto com a MRS. O presidente da MRS, Eduardo Parente, disse por email que as negociações evoluem bem e que a discussão de um contrato operacional específico com a FCA está em fase avançada.

"Estamos aguardando a definição por parte dos clientes do volume que eles estão dispostos a se comprometer para fechar a divisão da conta", escreveu Parente. Segundo ele, a divisão do investimento ainda não está fechada. Uma possibilidade seria que a FCA respondesse por todo o investimento, o que iria resultar em um direito de passagem (pedágio) mais caro para a MRS na fase de operação.

Índia assume terceiro lugar na exportação

A India já é o terceiro maior país exportador de carne do mundo. Em 2009, foram 700 mil toneladas, atrás do Brasil e dos Estados Unidos, com 1,2 milhão de toneladas e 848 mil toneladas, respectivamente. O detalhe é que o país asiático - onde a vaca é sagrada para os religiosos - exporta carne de búfalo. As vendas têm aumentado nos últimos anos e continuará a avançar, de acordo com Rashid Kadimi, diretor-presidente do Allana Group e da All India Meat and Livestock Exporters Association.

Para este ano, a previsão é de que os indianos exportem um volume 50 mil toneladas maior. "Nos próximos dois anos, o crescimento não será grande, mas para 2020 esperamos avançar para 2 milhões de toneladas", afirmou Kadimi, que participou ontem do 18º Congresso Mundial da Carne, em Buenos Aires.

Os principais mercados para a carne de búfalo indiana são o norte da África, Oriente Médio e Ásia, segundo ele. De acordo com Kadimi, a Índia tem ampliado as negociações com países islâmicos por conta do abate halal, que respeita os preceitos religiosos muçulmanos. A expectativa é de aumento da demanda em regiões como Egito, Argélia e Arábia Saudita, disse ele.

A exportação de carne de búfalo, que começou há cerca de 40 anos, é um negócio importante para a economia indiana e movimenta US$ 2 bilhões por ano. No ano passado, a produção totalizou 2,9 milhões de toneladas. De acordo com o CEO da Allana Group, a partir do búfalo abatido para exportação, é feita também a produção de couro, que também pode ser vendido ao exterior.

Também há produção de carne bovina na India, mas a exportação do produto é proibida pelo governo federal. Dos 28 Estados do país, apenas três têm produção. "É permitida a produção de carne para consumo local", explicou. No país, o consumo de carne é de apenas 1,8 quilo per capita por ano. (AAR)

Brasil se queixará dos EUA na OMC

O Brasil manifestará preocupação com o "viés protecionista" dos Estados Unidos, que afeta exportações brasileiras, durante o exame da política comercial americana hoje na Organização Mundial do Comércio (OMC). O embaixador Roberto Azevedo deverá frisar que, embora os EUA sejam uma das economias mais abertas, tem um arsenal protecionista em áreas específicas como agricultura, subsídios de maneira geral, legislação de antidumping excessivamente flexível e sobretaxas contra supostos subsídios dos outros países.

Para o Itamaraty, o comércio bilateral caiu muito no rastro também do protecionismo americano, já que tem tarifas baixas em geral, mas os picos tarifários atingem fortemente produtos brasileiros.

O representante brasileiro vai enfocar também os bilionários subsídios de Washington ao setor financeiro, durante a crise econômica, notando que podem ter implicações na competitividade do setor em outros países. Os EUA sequer notificaram a OMC sobre essa ajuda a seus combalidos bancos.

Outra reclamação será sobre a dificuldade dos EUA em implementar as decisões da OMC, como no caso de eliminar subsídios ao algodão, na briga perdida contra o Brasil. A delegação brasileira conclamará os EUA a fazer um esforço maior para concluir a Rodada Doha de liberalização global.

Carne argentina perde toda uma década

A produção e a exportação de carne bovina da Argentina neste ano devem voltar aos níveis de 2000, previu Héctor Salamanco, diretor-executivo do Consórcio de Exportadores de Carnes Argentinas, durante o 18º Congresso Mundial da Carne, que ocorre em Buenos Aires, na Argentina.

As políticas de retenção à exportação pelo governo argentino a partir de 2006 e a forte seca em 2008, que teve "um efeito devastador" sobre o rebanho , explicam em parte esse cenário. De acordo com Salamanco, a quebrado Lehmanb Brothers, que afetou economias ao redor do mundo, também teve um forte impacto. "Foi um coquetel. As pessoas que tinham gado se viram precisando vender os animais porque não tinha pasto. Além disso, sem boas perspectiva para a economia, decidiram reduzir o rebanho".

O resultado é que a produção este ano deve ficar na casa de 2,650 milhões de toneladas de carne bovina ante 2,7 milhões de toneladas em 2009. Já a exportação está estimada em 320 mil toneladas, abaixo das 342 mil toneladas registradas há 10 anos.

Hoje, segundo Salamanco, o rebanho argentino é de estimados 48,9 milhões de cabeças, abaixo dos 51,9 milhões de 2009 e semelhante aos 48,7 milhões de 2000. O abate também está em níveis iguais: 12 milhões de cabeças em 2010 e 12,4 milhões há 10 anos. No ano passado, foram 16,1 milhões de animais abatidos na Argentina.

De acordo com Salamanco, a liquidação do rebanho na Argentina começou em 2006 e alcançou 3 milhões de cabeças. Para ele, a única forma de recompor o rebanho é investir e reter as matrizes. Ele também defendeu a criação de um marco regulatório para o setor na Argentina. "Um ciclo positivo (de produção) acontece se há sinais de rentabilidade no horizonte. Esses sinais existem, mas precisamos criar um marco institucional", disse Salamanco, referindo-se a uma regulação consistente do setor.

Apesar do retrocesso na produção e na exportação o presidente do Consórcio de Exportadores de Carnes Argentinas acredita em recuperação. Ele observou que um cenário parecido já tinha ocorrido entre 2001 e 2006, quando tanto produção quanto a exportação do país caíram, mas se recuperaram rapidamente. Em 2001, lembrou ele, as perdas foram causadas por conta de casos de febre aftosa no rebanho argentino.

Shell descobre óleo na Bacia de Santos

RIO - A Shell comunicou hoje à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustívies (ANP) a descoberta de petróleo no bloco S-M-518, na Bacia de Santos.

A área tem a empresa anglo-holandesa como única concessionária e o óleo foi encontrado lâmina d’água de 2.011 metros e profundidade total de 5.825 metros.

O poço descobridor, o 1SHEL23RJS, foi perfurado pela sonda Stena Drill Max.

A informação enviada à agência regulatória é obrigatória sempre que uma companhia encontra indícios de hidrocarboneto, não significa viabilidade comercial e não indica quantidades possíveis de óleo recuperável ou reservas prováveis.

A Shell adquiriu o direito de explorar o bloco na 7ª Rodada de Licitações da ANP, em 2005, ao pagar R$ 3,217 milhões.

(Rafael Rosas | Valor)
RIO - A Shell comunicou hoje à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustívies (ANP) a descoberta de petróleo no bloco S-M-518, na Bacia de Santos.

A área tem a empresa anglo-holandesa como única concessionária e o óleo foi encontrado lâmina d’água de 2.011 metros e profundidade total de 5.825 metros.

O poço descobridor, o 1SHEL23RJS, foi perfurado pela sonda Stena Drill Max.

A informação enviada à agência regulatória é obrigatória sempre que uma companhia encontra indícios de hidrocarboneto, não significa viabilidade comercial e não indica quantidades possíveis de óleo recuperável ou reservas prováveis.

A Shell adquiriu o direito de explorar o bloco na 7ª Rodada de Licitações da ANP, em 2005, ao pagar R$ 3,217 milhões.

(Rafael Rosas | Valor)

LEGISLAÇÃO - 28.09.2010

Convênio ICMS/CONFAZ 140/2010
Altera o Anexo II do Convênio ICMS 52/91, que concede redução da base de cálculo nas operações com equipamentos industriais e implementos agrícolas.
Convênio ICMS/CONFAZ 149/2010
Altera o Convênio ICMS 09/07, que autoriza os Estados a conceder isenção do ICMS nas operações internas e interestaduais e na importação de medicamentos e equipamentos destinados a pesquisas que envolvam seres humanos, inclusive em programas de acesso expandido.
Convênio ICMS/CONFAZ 150/2010
Altera o Convênio ICMS 10/02, que concede isenção do ICMS a operações com medicamento destinado ao tratamento dos portadores do vírus da AIDS.
Convênio ICMS/CONFAZ 159/2010
Altera o Convênio ICMS 140/01, que concede isenção do ICMS nas operações com medicamentos.
Portaria STN 548/2010
Autoriza a emissão de Notas do Tesouro Nacional - Série "I", NTN-I, no valor de R$ 15.759.705,81, referenciadas a 15 de setembro de 2010, a serem utilizadas no pagamento de equalização das taxas de juros dos financiamentos à exportação de bens e serviços brasileiros amparados pelo Programa de Financiamento às Exportações - PROEX.
Portaria STN 549/2010
Autoriza a emissão de Notas do Tesouro Nacional - Série "I", NTN-I, no valor de R$ 23.544.753,49, referenciadas a 15 de setembro de 2010, a serem utilizadas no pagamento de equalização das taxas de juros dos financiamentos à exportação de bens e serviços brasileiros amparados pelo Programa de Financiamento às Exportações - PROEX.

'ICMS - Alteração no Convênio 52/1991'

Convênio ICMS nº 140, de 24.09.2010 – DOU 1 de 28.09.2010

Altera o Anexo II do Convênio ICMS 52/1991, que concede redução da base de cálculo nas operações com equipamentos industriais e implementos agrícolas.

O Conselho Nacional de Política Fazendária – CONFAZ, na sua 139ª reunião ordinária, realizada em Belo Horizonte, MG, no dia 24 de setembro de 2010, tendo em vista o disposto na Lei Complementar nº 24, de 7 de janeiro de 1975, resolve celebrar o seguinte

CONVÊNIO

Cláusula primeira. Os seguintes itens do Anexo II do Convênio ICMS nº 52/1991, de 26 de setembro de 1991, passam a vigorar com a redação que se segue:


.”.

Cláusula segunda. Este convênio entra em vigor na data da publicação de sua ratificação nacional, produzindo efeitos a partir do primeiro dia do segundo mês subsequente ao da ratificação.

Presidente do CONFAZ – Nelson Machado p/Guido Mantega; Acre – Joaquim Manuel Mansour p/Mâncio Lima Cordeiro; Alagoas -Maurício Acioli Toledo; Amapá – Cristina Maria Amoras Favacho p/Arnaldo Santos Filho; Amazonas – Thomaz Afonso Queiroz Nogueira p/Isper Abrahim Lima; Bahia – Carlos Martins Marques de Santana; Ceará – João Marcos Maia; Distrito Federal -André Clemente Lara de Oliveira; Espírito Santo – Bruno Pessanha Negris; Goiás – Lourdes Augusta de Almeida Nobre Silva p/Célio Campos de Freitas; Maranhão – Carlos Sergio Moraes Novaes p/Claudio José Trinchão Santos; Mato Grosso – Marcel de Sousa Cursi p/Edmilson José dos Santos; Mato Grosso do Sul – Miguel Antônio Marcon p/Mário Sérgio Maciel Lorenzetto; Minas Gerais – Leonardo Maurício Colombini Lima; Pará – Nilda Santos Baptista p/Vando Vidal de Oliveira Rego; Paraíba – Nailton Rodrigues Ramalho; Paraná – Gilbert o Calixto p/Heron Arzua; Pernambuco – Roberto Rodrigues Arraes p/Djalmo de Oliveira Leão; Piauí -Antonio Silvano Alencar de Almeida; Rio de Janeiro -Alberto Silva Lopes p/Renato Augusto Zagallo Villela dos Santos; Rio Grande do Norte – João Batista Soares de Lima; Rio Grande do Sul – Leonardo Gaffrée Dias p/Ricardo Englert; Rondônia – José Genaro de Andrade; Roraima – Antônio Leocádio Vasconcelos Filho; Santa Catarina – Edson Fernandes dos Santos p/Cleverson Siewert; São Paulo – Mauro Ricardo Machado Costa; Sergipe – João Andrade Vieira da Silva; Tocantins – Wagner Borges p/Marcelo Olímpio Carneiro Tavares.

DIVERSIFICAR MERCADOS E A PAUTA DE PRODUTOS EXPORTADOS PODE SER O CAMINHO PARA AMPLIAR O COMÉRCIO EXTERIOR

As importações e exportações devem fechar o ano no mesmo nível de 2008, período anterior à recente crise econômica, porém, com queda no saldo da balança comercial em decorrência do elevado crescimento das compras externas. Além disso, qualquer que seja o vencedor das eleições a política de comércio exterior continuará similar nos próximos anos.

Tais previsões foram apresentadas pelo secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Welber Barral, durante palestra promovida pela Associação Brasileira de Comércio Exterior (Abracex), ontem (27), no auditório da Aduaneiras, em São Paulo.

Segundo o secretário, a análise da composição das importações e exportações permite constatar que não há uma invasão de importados. Ao fazer um balanço do comércio exterior brasileiro, Barral afirmou que não vê problema em exportar commodities e disse que basta comparar com os Estados Unidos que é o maior exportador na categoria. "O problema é só exportar commodities, quando há necessidade de também vender manufaturados", frisou.

O representante do MDIC chamou a atenção para alguns aspectos que podem direcionar os rumos das transações comerciais. O primeiro deles é o fato de a Ásia ter se tornado o grande parceiro comercial do País e que assim deve se manter, pois lá é que estão os maiores índices de crescimento. Para ele, o desafio é conseguir diversificar a pauta de exportações com a China, pois 80% das vendas estão concentradas entre minério de ferro e soja.

Também lembrou que a América Latina é um mercado importante, principalmente em relação ao Mercosul, onde se concentra a maior parte das vendas de máquinas, e alertou que mercados como Estados Unidos e Europa não podem ser deixados de lado.

No radar

Barral falou sobre o aumento das vendas para mercados como a Rússia, que registrou crescimento aproximado de 40% e se tornou o principal comprador de carne bovina, e o Irã, que compra 20% de carnes brasileiras. Ressaltou a importância da Índia - com quem o Brasil fechou acordo comercial e deve aumentar o fluxo de negócios - e do México. "Coloquem o México no radar. A economia lá tem dificuldades, mas é um mercado promissor e com eles estamos negociando um acordo ambicioso nas áreas de comércio e serviços", disse.

No que diz respeito às importações, Barral destacou que os bens de consumo representam 17% das aquisições, enquanto os bens de capital, 22%. Entretanto, o percentual "deve aumentar, pois haverá incentivo para modernizar as indústrias, principalmente em razão dos investimentos que se farão necessários para os próximos anos", avaliou.

Outra dica do secretário é que diante da recuperação da economia mundial, entre 2010 e 2011, as oportunidades estarão no mundo em desenvolvimento, que é liderado pela Ásia. A África também deve apresentar índices de crescimento.

Entre os feitos do governo em prol do comércio exterior, Barral destacou as iniciativas em missões comerciais, a ampliação de acordos, a desoneração de operações, com avanços no drawback, a ampliação da DSE de US$ 20 mil para US$ 50 mil nas exportações via Correios, e a melhor utilização dos instrumentos de defesa comercial.

Entraves

Por outro lado, o secretário lançou crítica ao custo logístico, que considera indecente. "Foram muitos anos sem investimentos em infraestrutura e agora precisamos recuperar."

Também questionou o sistema tributário, que "pune quem trabalha e quer exportar". De acordo com Barral, haverá forte pressão nos primeiros meses do próximo governo para que se tenha a reforma tributária. Outra preocupação do secretário é o nível da burocracia, que faz com que as empresas sejam menos competitivas.

"Cada vez que ocorre uma fraude o governo muda e amplia as formas de controle, mas isso não coíbe fraudes e o excesso de controle só gera atrasos e custos para quem comercializa."

Já o fator que preocupa o economista e presidente da Abracex, Roberto Segatto, é a necessidade de reaparelhamento do parque industrial do País. "A nossa tecnologia está pelo menos 15 anos atrasada em relação ao mundo desenvolvido", afirmou com base em levantamento realizado pela entidade.

Para Segatto, como não se tem a reforma tributária, uma saída seria reduzir custos pela implantação de equipamentos modernos. "Há casos que, pela troca de máquinas, foi possível economia de 40% de energia."

O economista também enfatizou a necessidade de uma política industrial e de ações que possam fortalecer e ampliar a participação das micro e pequenas empresas no comércio exterior. (Redação: Andréa Campos)

(Fonte: Aduaneiras)

Os incentivos às exportações e a legislação tributária

Em maio de 2010, o Ministério da Fazenda anunciou um conjunto de medidas de incentivo à competitividade das exportações brasileiras. Enquanto o ministro Guido Mantega classificou o pacote como "tudo de bom", a reação do setor empresarial foi menos entusiasmada.

Duas das medidas divulgadas (a aceleração da devolução dos créditos tributários e a implementação do "drawback" isenção para o mercado interno) estão diretamente ligadas a um mesmo problema: a incapacidade de o sistema tributário brasileiro desonerar os produtos exportados dos impostos indiretos - tais como Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Programa de Integração Social/Programa de

Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep), Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e Impostos sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Ainda que o último elo da cadeia - a exportação em si - não seja tributada, os impostos embutidos nas matérias-primas adquiridas pelo exportador acabam por impactar o custo do seu produto. Isso ocorre porque quando uma firma compra insumos, ela passa a ter direito a créditos tributários em valor correspondente aos impostos indiretos contidos nesta compra. Ao vender seu produto final, esses créditos podem ser utilizados para abater parte do imposto por ela devido. Dessa forma, a firma só recolherá os impostos correspondentes ao valor por ela adicionado - em respeito ao princípio da não cumulatividade.

Contudo, nas vendas ao exterior não é possível compensar créditos gerados na aquisição dos insumos, uma vez que as exportações não são tributadas. Ou seja, a empresa só consegue utilizar os créditos quando realiza vendas no mercado doméstico.
A compra de insumos no mercado interno implica no carregamento de créditos tributários por longo período de tempo
De acordo com estimativas da Federação de Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp), empresas que vendem mais de 42,5% de sua produção para o mercado externo já enfrentam desvantagens em suas operações. Elas acumulam créditos tributários em montante superior à sua margem de ressarcimento e, com isso, precisam repassar o custo dos impostos para o preço final do produto no mercado internacional.

Dessa forma, mesmo não havendo tributação nas exportações, o custo dos tributos embutidos no valor dos insumos utilizados segue onerando as mercadorias vendidas. Isso ocorre por conta do custo financeiro associado ao prazo decorrido entre a aquisição do insumo e a compensação de créditos tributários (uma espécie de "custo de carregamento"), caso a empresa realize vendas no mercado interno em montante suficiente. Contudo, esse é o melhor cenário. No pior, quando a empresa não consegue a compensação e precisa requerer a restituição dos créditos, o prazo de carregamento pode se estender até 5 anos, elevando consideravelmente o custo financeiro.

A primeira das medidas de estímulo às exportações que compõem o pacote consiste na devolução, em até 30 dias após a solicitação, de 50% dos créditos de PIS/Pasep, Cofins e IPI acumulados na exportação. Talvez por ser a mais esperada, foi ela que recebeu mais críticas por parte do empresariado brasileiro. As reclamações se concentraram basicamente sobre a rigidez dos condicionantes exigidos, que diminuiria substancialmente o alcance da medida. Para tentar identificar o alcance real da medida, foram cruzados os dados da Pesquisa Industrial Anual do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PIA/IBGE) e do
Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex). É possível notar que, caso já estivesse valendo entre 2002 e 2007, a medida beneficiaria apenas cerca de 5,5% das firmas exportadoras. Ou seja, apesar de representar um avanço, a nova medida dificilmente será capaz de desonerar as exportações de todas as firmas atualmente prejudicadas pela malha tributária.

Outra medida, a extensão da modalidade isenção para o mercado interno é mais uma tentativa de ampliar o alcance do regime de "drawback". Não obstante, além de tal modalidade representar só cerca de 10% da utilização total do regime de "drawback" e não possuir sistema informatizado para sua concessão, sua efetividade é limitada, uma vez que o ICMS não é alcançado pela desoneração tributária concedida. O Convênio ICMS 27/1990, firmado no âmbito do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), prevê a isenção de ICMS apenas para as importações realizadas sob a modalidade suspensão do "drawback". Por conta disso, o insumo importado tem isenção de ICMS, dispensando-se o uso de recursos do fluxo de caixa do exportador para o seu pagamento. Já sobre o insumo adquirido no mercado interno incidirá o imposto, e o valor pago será revertido em créditos a serem abatidos em outros tributos ou acumulados.

Assim, a compra de insumos no mercado doméstico implica o carregamento de créditos tributários por um longo período de tempo - acarretando em custo financeiro para o exportador -, enquanto a importação do insumo não. Estimações simples mostram que, no pior cenário (capital de giro financiado a 3,12% ao mês e 712 dias de carregamento), o custo financeiro pode superar o valor do próprio crédito a receber, gerando um diferencial de custo de quase 20% em favor das importações de insumos. Em outras palavras, a legislação tributária brasileira gera uma absurda inversão do princípio do tratamento nacional adotado pela
Organização Mundial do Comércio (OMC): faz com que o insumo importado goze de condições mais favoráveis que o nacional.

O recente pacote anunciado pelo governo tem o mérito de encarar o desafio de promover a competitividade das exportações brasileiras. Em um momento em que as vendas externas brasileiras sofrem com crescente concorrência internacional, esse movimento precisará se intensificar ao longo dos próximos anos.

Contudo, ainda que represente um avanço (ou um "alento") em outros aspectos do comércio exterior, as novas medidas se mostram insuficiente para lidar com velhos problemas decorrentes da complexidade da estrutura tributária nacional, na qual o ICMS ocupa um papel de destaque. Dentro desse contexto, um pacto federativo capaz de promover uma reforma tributária torna-se absolutamente crucial para que o desafio de promover a competitividade das exportações brasileiras seja bem-sucedido. As eleições presidenciais surgem como um momento absolutamente propício para este debate. Falta apenas que os candidatos se engajem verdadeiramente no assunto - que, até agora, tem merecido pouca atenção.
Daniel Grimaldi, Flavio Lyrio Carneiro eLucas Ferraz Vasconcelos são técnicos em Planejamento e Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

SAP planeja expandir serviços no Brasil e exportar inovação

A empresa alemã de software de gestão empresarial SAP quer expandir sua presença no Brasil fora do eixo Rio-São Paulo e acredita que o país poderá ser uma plataforma de inovação no setor de tecnologia da informação (TI). A afirmação é do presidente global para mercados emergentes da companhia, Jimmy Anidjar, que, em visita ao Brasil, disse ter estratégias claras para fortalecer a atuação da SAP no país nos próximos anos.


"O plano é de, nos próximos 18 a 24 meses, termos maior presença fora das principais cidades onde já temos forte operação", afirmou o executivo, em entrevista ao Valor. Na opinião de Anidjar, esse é um bom momento para a empresa capturar as oportunidades de negócios em cidades menores, para onde alguns de seus clientes estão se movendo e novas empresas criam demanda. As regiões foco da companhia serão Sul, Norte e o Distrito Federal.

Novas contratações também são planejadas. Segundo o executivo, a empresa contratou cerca de 170 profissionais nos últimos 12 meses e pretende continuar recrutando: "Essa é a hora de a SAP adicionar por aqui mais pessoas e mais recursos."

A SAP quer aproveitar o fortalecimento das companhias brasileiras, que passam a buscar sistemas modernos. Os movimentos de oferta pública inicial de ações (IPOs, na sigla em inglês), por exemplo, elevam a procura pelos serviços e produtos de tecnologia da informação, já que para abrir capital, as empresas precisam demonstrar governança sólida. Outro fator que torna positivas as perspectivas para a SAP no país é a grande quantidade de investimentos em infraestrutura previstos para os próximos anos.



"Para mim, o Brasil está vivendo mais do que em um ponto de inflexão", disse o executivo com entusiasmo.

A SAP, com cerca de mil funcionários, atua em 26 setores no país, com destaque para os de infraestrutura, óleo e gás, mineração e varejo. Os negócios brasileiros da companhia crescem a uma taxa de "dois dígitos altos" e é o maior mercado dentro da América Latina.

Outro movimento da SAP no mercado brasileiro é o aumento da quantidade de laboratórios para gerar inovações e exportá-las para as demais subsidiárias. "Inovaremos no Brasil para [atender] o Brasil e, ao longo do tempo, inovaremos no Brasil para [atender] o resto do mundo", afirmou Anidjar. A ideia faz parte de uma estratégia mais ampla de aproveitar o apetite das corporações dos mercados emergentes por aplicativos e processos de negócios, o que revela uma mudança no modelo de atuação das empresas de TI que, no passado, entravam nesses países devido ao baixo custo da mão-de-obra, enquanto as inovações vinham apenas da Europa ou dos EUA.

O crescimento da SAP no Brasil deve se dar com sua própria produção, segundo o executivo. "Mas não descartamos aquisições. O ponto é que nos focamos em fazer aquisições que influenciem nossos negócios em todo mundo, não apenas regionalmente", destacou. Quando questionado sobre uma parceria com a Totvs, Anidjar disse que a companhia brasileira não segue a mesma estratégia que a alemã: "A Totvs tem uma longa lista de produtos coincidentes, sobrepostos. Essa não é a forma como fazemos negócios." Anidjar trabalhou por dez anos na Oracle, conhecida por suas seguidas aquisições.

No início do ano, a SAP comprou a Sybase por US$ 5,8 bilhões, para ganhar força no segmento de dispositivos móveis. Nos seis primeiros meses de 2010, a alemã acumulou lucro líquido de € 878 milhões, o que representou um avanço de 40% frente ao mesmo período do ano passado. No acumulado de 2009, por outro lado, o lucro da companhia recuou 4%, para € 1,789 bilhão.

Indústria antecipa importação de insumo e aumenta hora extra

Empresas que usam insumos importados ou mesmo nacionais, mas de diferentes fornecedores, anteciparam a compra de componentes para evitar falta de itens quando a produção ficar muito acelerada, como em outubro e novembro. A LG, que importa 75% dos componentes usados na fabricação de aparelhos de celular, televisores e eletrodomésticos, começou sua preparação no primeiro semestre. "Neste ano antecipamos um pouco mais do que o normal os pedidos de importação. Já em maio compramos insumos estrangeiros porque a perspectiva para o fim do ano é ótima", diz Eduardo Toni, diretor de marketing da
LG.


Como ocorre em anos de Copa do Mundo, parte das vendas de fim de ano foram feitas em maio e junho. Por isso, a empresa avalia que as vendas no último trimestre serão entre 7% e 10% maiores que em igual período de 2009. As duas fábricas da LG, em Manaus e Taubaté, operam com três turnos e a companhia espera contratar até 550 temporários para fortalecer a produção dos 5,5 mil trabalhadores.

Para atender um aumento de consumo que deve ser 25% maior no último trimestre deste ano sobre igual período de 2009, a Lorenzetti aposta na produção plena de seus mais de 3,3 mil funcionários, número 10% maior que no fim do ano passado. Até dezembro a empresa terá 102 novos produtos, entre chuveiros elétricos, pias, aquecedores a gás e filtros de água.

Segundo Alexandre Tambasco, gerente de marketing da companhia, o planejamento de 2010 levou em conta dois pontos: a sazonalidade, que impulsiona a venda de filtros de água no verão e diminui a de chuveiros, e o ritmo acelerado do consumo vivido ao longo do ano. "Todas as importações de insumos e a entrega das matérias-primas de fornecedores nacionais estão programadas desde o início do ano, quando já estava claro que a economia cresceria muito", diz.

O pico de produção ocorrerá entre o início de novembro e o dia 15 de dezembro, para antecipar as férias coletivas. "Isso ocorrerá sem a contratação de temporários e será concentrada para evitar falta de produto", afirma Tambasco. A empresa, diz ele, precisa ter uma "sintonia fina" entre produzir o suficiente para atender a demanda dos distribuidores e formar estoques indesejados.

Com três unidades no município de Maranguape, região metropolitana de Fortaleza (CE), a fabricante de lingerie Hope viu superadas as suas já otimistas projeções para o fim de ano. De acordo com seu diretor-comercial, Carlos Eduardo Padula, a empresa vinha se preparando para uma expansão de 30% nas vendas, mas acredita agora que os negócios vão superar em 40% o desempenho observado no mesmo período de 2009.

Para dar conta da demanda que cresce vertiginosamente no segundo semestre, o executivo informou que a Hope já contratou cerca de 150 funcionários. Agora, com a expectativa para as vendas de fim de ano elevada para 40%, outros 100 a 150 trabalhadores devem chegar às fábricas, que desde julho estão operando aos sábados. "Estamos nos preparando para começar a trabalhar aos domingos", informou Padula.

Em Pernambuco, a fabricante de computadores Elcoma espera vender 7 mil unidades em dezembro, mais que o dobro das 3 mil comercializadas no mesmo período do ano passado. O salto considera o aumento de capacidade implementado neste ano, mas mesmo assim a Elcoma terá de contratar pelo menos 30 funcionários, um acréscimo de 50% no quadro de 61 trabalhadores. De acordo com o presidente da empresa, Julio Gil Freire, os novos funcionários serão efetivados, em função das projeções otimistas para 2011. A empresa também planeja horas extras. O turno de trabalho na fábrica, atualmente em oito horas diárias, será aumentado em cerca de 40% nos últimos meses do ano.

Paulo Braga, diretor-superintendente da Mallory, diz que a programação da empresa até o fim do ano para produção de ventiladores, batedeiras e liquidificadores está praticamente fechada. Para conseguir atender às encomendas, a empresa conta com a terceira unidade de produção recém-inaugurada, e cujo investimento foi definido no começo do ano.

A nova unidade iniciou as atividades em setembro e em novembro entrará em operação total, o que elevará em 65% a capacidade produtiva da Mallory. Com a nova unidade, a empresa vai contratar 300 pessoas, ficando com um total de mil trabalhadores. Ela estima faturar 30% mais em 2010 em relação ao desempenho médio de 2008 e 2009.

A fabricante de eletroeletrônicos Samsung está otimista com o fim de ano, e espera um volume da produção entre 10% e 20% maior em relação ao fim do ano passado. Segundo o vice-presidente da empresa, Benjamim Sicsu, o crescimento será atendido com o aumento da produção dos produtos antigos e com o lançamento de novos itens. "Notebook e monitores comerciais são produtos novos que devem vender bastante nesse fim de ano", conta Sicsu.

Para dar conta da produção extra, a empresa começou em agosto a mudança da fábrica para uma área mais ampla em Manaus. Não foram realizadas contratações específicas para o fim de ano, mas a empresa está com um quadro de funcionários 20% maior que em 2009. Toda semana, conta ele, são realizados ajustes com o varejo para acertar a produção e evitar sobras de estoque.

A fabricante de eletrodomésticos Latina projeta crescimento de 10% das vendas no fim de ano em relação a 2009. Para atender a demanda, inaugurou em julho uma segunda fábrica em São Carlos. "Estamos esperando para outubro e novembro uma produção recorde, sobretudo para as linhas de ventiladores de teto e produtos refrigerados, como purificadores e bebedouros", diz Valdemir Dantas, presidente e CEO da Latina.

O investimento na nova uniade foi de US$ 300 mil. Ela aumentará a capacidade da empresa em 20%, mesmo percentual de aumento do quadro de pessoal. "As contratações iniciaram em julho já para atender a demanda de setembro e do final do ano", diz Dantas.

UE alega concorrência menor para cortar em 50% subsídios à carne

A União Europeia reduziu em 50% os subsídios destinados às exportações de carne bovina do bloco em boa parte porque constatou que a concorrência do Brasil e dos demais países do Mercosul diminuiu por causa de custos mais altos dos seus produtores.

A explicação foi dada por fontes europeias, em Bruxelas, que insistiram que o Brasil dificilmente terá alguma vantagem comercial em razão da decisão que entrou em vigor na sexta-feira. Um porta-voz agrícola da UE disse que o corte dos subsídios à exportação é resultado "do recente comportamento da cotação internacional [da carne bovina], da taxa de câmbio e dos preços na Europa". Atualmente, os subsídios europeus são 80% menores do que eram em 2003.

"A UE aplicou um parâmetro matemático", completou Jean-Luc Meriaux, secretário-geral de Comércio de Gado e Carne da União Europeia . "Isso inclui a constatação de preços mais altos no Brasil, Argentina, Uruguai". E contestou informações de que algum frigorífico brasileiro em particular possa ser especialmente beneficiado pela medida.

"Do ponto de vista político, a decisão da UE é importante, mas do ponto de vista comercial a situação tem mais nuances", afirmou. Meriaux exemplificou que a UE exporta 250 mil toneladas de carne bovina em média, e que metade desse volume já não recebe subsídios. Na verdade, disse, os produtores da UE, inclusive graças ao euro fraco e ao real forte, estão é ocupando novos mercados.

Ele também exemplificou que a UE já elevou em 30% as exportações no primeiro semestre de 2010 em relação ao mesmo período de 2009. E que o bloco conquistou mercados para a venda de animais vivos, como Líbano e Turquia, "sem subsídios". O euro fraco, que baixa o custo dos produtos europeus, está ajudando enormemente a retomada das exportações. A UE tem como principais clientes a Rússia, a Suíço, países da ex-Iugoslávia e a África.

Enquanto estima que vende mais, a UE está importando praticamente o mesmo volume originário do Brasil - cerca de 84 mil toneladas no primeiro semestre. "Mas isso já é importante, considerando o custo mais alto da carne brasileira".

LEGISLAÇÃO - 27.09.2010

ADE SRRF/9ª RF 18/2010
Reconhece, a titulo precário, pelo prazo de 2 anos, a situação de fiscalização aduaneira prestada em caráter permanente, no Recinto Especial para Despacho Aduaneiro de Exportação - Redex, de uso coletivo, localizado na Rodovia BR 101, Km 112, nº 700, bairro Salseiros, Itajaí (SC).
Portaria RFB 1.711/2010
Aprova modelo de documento que comprova a decisão que aplica a pena de perdimento de veículo em favor da União, para fins de subsidiar os procedimentos previstos nos §§ 6º e 7º do art. 29 do Decreto-Lei nº 1.455, de 1976.

Portaria CAT nº 154, de 24 de setembro de 2010 – DOE de 25.09.10

Disciplina o procedimento para reconhecimento do recolhimento efetuado em operação de importação por conta e ordem de terceiros ao Estado do Espírito Santo, a que se refere o Decreto 56.045, de 26-07-2010.

O Coordenador da Administração Tributária, tendo em vista o disposto no Protocolo ICMS-23, de 3 de junho de 2009, no Convênio ICMS-36, de 26-03-2010, e no Decreto 56.045, de 26-07-2010, expede a seguinte portaria:

Artigo 1º – o contribuinte paulista que tiver adquirido bens ou mercadorias do exterior, por meio de operações de importação por conta e ordem de terceiros promovidas por importadores situados no Estado do Espírito Santo, relativamente às importações contratadas até o dia 20-03-2009 e cujo desembaraço aduaneiro tenha ocorrido até 31-05-2009, poderá requerer até 31-10-2010:
I – o reconhecimento dos recolhimentos efetuados ao Estado do Espírito Santo;
II – o pedido de extinção dos créditos tributários.
Parágrafo único – o reconhecimento dos recolhimentos e a extinção dos créditos ficam condicionados ao recolhimento do ICMS devido ao Estado de São Paulo, relativamente às importações realizadas na modalidade “por conta e ordem de terceiros”, promovidas por importadores situados no Estado do Espírito Santo ou em outra unidade da Federação, cujo desembaraço aduaneiro tenha ocorrido a partir de 1º de junho de 2009, bem como aquelas contratadas após 20-03-2009, observado o artigo 4º.

Artigo 2º – o requerimento deverá ser único, feito por meio do Sistema de Recolhimentos nas Importações por Conta e Ordem – RICORD disponibilizado no “site” da Secretaria da Fazenda, no endereço eletrônico https: //www.fazenda.sp.gov.br/Protocolo23, e apresentado no Posto Fiscal de vinculação do estabelecimento do contribuinte.

§ 1º – para a elaboração do requerimento o contribuinte deverá consecutivamente:
1 – entrar no Sistema de Recolhimentos nas Importações por Conta e Ordem – RICORD;
2 – fazer o “download” dos formulários;
3 – preencher os formulários com as seguintes informações:
a) identificação do importador;
b) relação das Declarações de Importação – DI, devidamente registradas no Sistema Integrado de Comércio Exterior – Siscomex, que sejam objeto do pedido de reconhecimento;
c) indicação do número do Auto de Infração e Imposição de Multa – AIIM, na hipótese deste já ter sido lavrado;
d) relação de todas as importações realizadas na modalidade por conta e ordem de terceiros, promovidas por importadores situados no Estado do Espírito Santo ou em outra unidade da Federação, cujo desembaraço aduaneiro tenha ocorrido a partir de 1º de junho de 2009, bem como aquelas contratadas após 20-03-2009;
e) declaração de que, em relação às operações relacionadas na forma da alínea “d”, o contribuinte, por qualquer de seus estabelecimentos situados em território paulista, recolheu o ICMS devido ao Estado de São Paulo ou o recolherá no prazo de 15 dias, contados da apresentação do requerimento;
f) relação de todas as importações realizadas na modalidade por conta e ordem de terceiros, promovidas por importadores situados em qualquer unidade da Federação, exceto no Estado do Espírito Santo, cujo desembaraço aduaneiro tenha ocorrido no período de 1º de junho de 2005 a 31-05-2009.
4 – fazer o “upload” do requerimento com os formulários devidamente preenchidos.
§ 2º – o sistema RICORD irá gerar um protocolo de recepção para cada “upload” de requerimento.
§ 3º – o requerimento gerado pelo sistema RICORD deverá ser apresentado no Posto Fiscal e instruído com os seguintes documentos:
1 – cópia do comprovante de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ;
2 – cópia do estatuto ou contrato social devidamente registrado e arquivado em órgão competente;
3 – cópia de ata ou de procuração pública que ateste a qualidade de representante legal do requerente.

Artigo 3º – a autoridade fiscal, ao receber o requerimento, deverá:
I – verificar os documentos a que se refere o § 3º do artigo 2º;
II – confirmar, no sistema RICORD, o número do protocolo e os dados do requerimento;
III – imprimir a relação de DI do requerimento;
IV – obter a assinatura do contribuinte ou representante legal no requerimento e a rubrica na sua relação de DI;
V – aguardar o período de 5 dias úteis para eventual pedido de retificação dos dados;
VI – encaminhar o requerimento e sua relação de DI protocolados para o Delegado Regional Tributário, com trânsito preliminar pelo Núcleo de Protocolo e Arquivo – NPA.

Artigo 4º – o imposto que não tiver sido recolhido ao Estado de São Paulo, relativamente às importações referidas nas alíneas “d” e “f” do item 3 do § 1º do artigo 2º, poderá ser recolhido com os acréscimos legais, no prazo de 15 dias, contados da apresentação do requerimento no Posto Fiscal.
Parágrafo único – o recolhimento deverá ser efetuado por meio de 1 (uma) Guia de Recolhimento (GNRE), gerada no endereço eletrônico https://www.fazenda.sp.gov.br/simp, para cada Declaração de Importação.

Artigo 5º – o contribuinte terá o prazo de 5 dias úteis, contados da apresentação do requerimento no Posto Fiscal, para uma única retificação, hipótese em que deverá:
I – fazer o “upload” do formulário corretamente preenchido por meio do Sistema de Recolhimentos nas Importações por Conta e Ordem – RICORD;
II – apresentar o pedido de retificação no Posto Fiscal de sua vinculação.
Parágrafo único – o pedido de retificação dos dados não altera o curso do prazo para recolhimento do imposto devido, na forma do artigo 4º, contado a partir da primeira apresentação do requerimento.

Artigo 6º – o Delegado Regional Tributário deverá:
I – em relação às operações de que trata o “caput” do artigo 1º e constantes do requerimento:
a) suspender os correspondentes procedimentos de fiscalização, exceto para prevenir iminente decadência;
b) encaminhar requerimento de suspensão do julgamento ao Órgão Julgador dos correspondentes autos de infração, com solicitação de retorno dos processos à Delegacia Regional Tributária;
II – verificar o devido recolhimento do imposto de que trata o parágrafo único do artigo 1º;
III – na hipótese de regularidade na Declaração de Importação – DI, dar prosseguimento ao requerimento no sistema RICORD.

Artigo 7º – Ficarão mantidas as suspensões dos créditos tributários relativos às certidões emitidas pelo Estado do Espírito Santo que atestarem a conformidade com o Convênio ICMS – 36/10, de 26-03-2010.

Artigo 8º – Os créditos tributários que estiverem suspensos serão extintos nas seguintes datas:
I – em 31-12-2010, os créditos relativos aos recolhimentos efetuados até 31-05-2005;
II – em 1º de junho de 2011, os créditos relativos aos recolhimentos efetuados entre 1º de junho de 2005 e 31-05-2006;
III – em 1º de junho de 2012, os créditos relativos aos recolhimentos efetuados entre 1º de junho de 2006 e 31-05-2007;
IV – em 1º de junho de 2013, os créditos relativos aos recolhimentos efetuados entre 1º de junho de 2007 e 31-05-2008;
V – em 1º de junho de 2014, os créditos relativos aos recolhimentos efetuados entre 1º de junho de 2008 e 31-05- 2009, desde que decorrentes de operações contratadas até o dia 20-03-2009 e cujo desembaraço aduaneiro tenha ocorrido até 31-05-2009.

Parágrafo único – Extinto o crédito tributário, o Delegado Regional Tributário determinará o arquivamento do processo.

Artigo 9º – Serão retomados o procedimento de fiscalização e o curso do processo administrativo tributário na hipótese de:
I – constatação de irregularidade no recolhimento do ICMS devido ao Estado de São Paulo por contribuinte paulista, em relação às importações por conta e ordem desembaraçadas por importador situado no Estado do Espírito Santo ou outra unidade da Federação, a partir de 1º de junho de 2009 bem como aquelas contratadas após 20-03-2009;
II – verificação de evasão fiscal, de simulação de operações ou de falsidade ou omissão no preenchimento dos documentos de importação, ainda que a acusação não esteja definitivamente julgada;
III – denúncia, pelo Estado de São Paulo ou do Espírito Santo, do Protocolo ICMS-23/09, de 3 de junho de 2009.

Artigo 10 – Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Indústria naval brasileira dobra número de empregos em 2010

O número de empregos diretos na indústria naval brasileira passou de 40 mil em 2009 para 78 mil até agosto, informou o secretário executivo do Sinaval (Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore), Sérgio Leal. O executivo acrescentou ainda que para cada emprego direto, há pelo menos outros quatro indiretos.

O crescimento do setor de petróleo impulsiona a geração de empregos na construção naval. Segundo dados do Sinaval, a carteira de pedidos nos estaleiros nacionais até 2014 vai passar de 300 embarcações.

A fabricação desses navios atende, na sua maioria, aos pedidos da Petrobras e de outras empresas do setor.

A subsidiária da Petrobras Transpetro, por exemplo, por meio do Promef (Programa de Modernização e Expansão da Frota), encomendou 49 navios, com entrega prevista até 2015.

Os custos do transporte marítimo são a principal aposta para o setor deslanchar nos próximos anos, explica o diretor de Transporte Marítimo da Transpetro, Agenor Junqueira.

- O transporte rodoviário chega a ser quatro vezes mais caro que o marítimo. Não é à toa que 80% do comércio mundial é feito por navio. Nosso programa de investimento vai gerar 40 mil empregos diretos.

Transporte hidroviário

Há ainda o programa de renovação da frota hidroviária da Petrobras, destinado ao projeto de escoamento de etanol pela hidrovia Tietê-Paraná.

Conhecido como Promef Hidrovias, a iniciativa prevê a construção de 80 barcaças e 20 empurradores. A previsão é de que esses barcos estejam em operação entre 2011 e 2014.

Com o programa, o Brasil deverá transportar 4 bilhões de litros de etanol por ano, segundo Junqueira.

O engenheiro da Petrobras Marcio Ferreira Alencar lembrou que ainda existe a demanda da série de 8 FPSO (navios-plataforma) para o pré-sal da bacia de Campos.

- Esta encomenda tem por base a visão de presente, mas isso deve crescer muito.

A série de navios-plataforma vai exigir a aquisição de barcos de apoio, o que aumentará ainda mais a demanda dos estaleiros.

Fonte: Portal R7

MISSÃO BRASILEIRA BUSCA PARCERIAS EM TI COM INSTITUIÇÕES E EMPRESAS DA EUROPA

A Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex), gestora do Programa para Promoção da Exportação do Software Brasileiro (Programa Softex), considerado prioritário pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, inicia no próximo dia 27 missão à União Europeia para buscar oportunidades de parcerias ligadas à inovação e à cooperação na área de tecnologia da informação e comunicação (TIC).

O principal compromisso da delegação é a conferência ICT 2010, no Centro de Convenções de Bruxelas, na Bélgica, entre os dias 27 e 29 deste mês. A informação foi dada à Agência Brasil pelo diretor de Capacitação e Inovação da Softex, John Forman. "Nesse evento, os países da União Europeia fazem o anúncio das prioridades e dos editais e chamadas previstos para os próximos dois anos na área de TIC". Cerca de 4 mil pessoas participarão da conferência em Bruxelas, cujo tema central é a agenda digital para 2020.

A missão é integrada principalmente por agentes da Softex. Quando retornarem ao Brasil, no início de outubro, eles irão levar para suas respectivas regiões as oportunidades de cooperação em projetos para as empresas nacionais que forem observadas na Europa.

Do ponto de vista acadêmico, Forman disse que o Brasil "vai muito bem" em termos de parcerias entre universidades e centros de pesquisa nacionais com seus congêneres europeus. "O Brasil está entre os cinco países fora da União Europeia que mais fazem acordos de cooperação em pesquisa e desenvolvimento em todas as áreas. E na área de TIC isso também está crescendo".

Avaliou, porém, que a participação de empresas brasileiras nos projetos ainda é embrionária. "É isso que a Softex está querendo estimular". Segundo Forman, o desafio consiste mais em encontrar a oportunidade certa do que focar em um determinado nicho de mercado. "Em um nicho que não seja tão visado, talvez você tenha mais oportunidade para a gente levar alguma novidade daqui e conseguir que o grupo de pesquisa na Europa se interesse em colocar aquilo dentro de um projeto de cooperados", esclareceu.

Uma área que ele vê possibilidades para o Brasil é a do governo eletrônico. Com a questão da imigração, que se mostra forte em toda a Europa, Forman disse que os projetos brasileiros de governo eletrônico, com foco na população de menor poder aquisitivo, têm grandes possibilidades pela frente. "Você começa a ter lá essa população de periferia e a experiência que o Brasil tem de desenvolver políticas de inclusão para essas camadas da população é algo que, para eles, é interessante, na medida em que não estão habituados e reconhecem nossa experiência nesse campo".

O diretor da Softex salientou que, durante a conferência, será anunciado um edital cooperado, negociado entre o governo brasileiro e a União Europeia. "Nesse edital, a vantagem é que podem participar só e obrigatoriamente grupos de pesquisa europeus [em parceria] com instituições brasileiras".

A missão participa ainda na Europa do Open World Fórum, nos dias 30 de setembro e 1º de outubro, em Paris, França. Trata-se de um dos principais eventos do mundo que discutem de forma integrada iniciativas de inovação aberta (open innovation).

Os integrantes da missão visitarão também as instalações do CAP Digital, um arranjo produtivo formado por empresas de serviços e conteúdo digital, instalado na capital francesa. Esse centro de excelência é um dos mais importantes da Europa no desenvolvimento de técnicas inovadoras na área de convergência digital.

"Estamos muito animados com as perspectivas de cooperação nessa área de convergência digital, que tem um campo grande que está se abrindo com a questão da TV digital e com os games (jogos)", disse Forman.

Fonte: Agência Brasil

ESTOQUE E IMPORTAÇÃO OBRIGAM SIDERURGIA A MANTER PREÇOS DO AÇO

Estoques internos elevados e importações crescentes obrigam siderúrgicas brasileiras a segurar a mão na definição de seus preços até o fim do ano, o que, na avaliação de analistas pode gerar problemas de lucratividade para as usinas.

O setor, principalmente o segmento de aços planos, vive a curiosa situação de consumo aquecido no País, desde máquinas e equipamentos a veículos e construção civil, sem poder impor aumentos de preços consideráveis em um ano marcado por brutais reajustes nos preços de insumos como minério de ferro e carvão.

Até o final do ano, a previsão dos especialistas é de que os preços de aço no mercado interno se manterão contidos frente a reajustes de mais de 10% no primeiro semestre. "O mercado busca seu ponto de equilíbrio. Estamos em um momento em que ele vai ficar se testando para ver até que ponto a demanda interna assimila mais produção, por exemplo", disse o analista de siderurgia Antonio Ruiz, do Banco do Brasil.

Ele, inclusive, vê algum espaço para quedas de preços de alguns produtos de aço no País até o final do ano diante das expectativas de recuo no preço do minério de ferro, o que pode dar argumento de barganha para a parte compradora da equação. "Passamos por uma curva rápida de recuperação de preços no primeiro semestre, mas agora o mercado está mais devagar. O cenário é de oferta sustentando preços interessantes", afirmou.

A analista Cristiane Mancini, da consultoria Lafis, também enxerga siderúrgicas do País pouco à vontade em termos de preço. Ela calcula que o preço médio do quilo do aço carbono usado em produtos planos utilizados em veículos, eletrodomésticos e indústria naval está em R$ 3,23 no atual trimestre e deve avançar para R$ 3,28 nos três últimos meses do ano, um incremento modesto de 1,5%. "Poderia ser de até R$ 3,40, mas há uma série de pressões", disse, ao se referir ao grande volume de importações chegam ao País

Segundo dados divulgados pelo Instituto Aço Brasil (IABr) na semana passada, as importações de aço pelo País em agosto somaram 562,4 mil toneladas, a acumular nos oito primeiros meses do ano 3,8 milhões de toneladas, salto de 156% sobre igual período de 2009.

O volume de aço plano estocado na cadeia distribuidora encerrou agosto em 1,26 milhão de toneladas, equivalente a 3,9 meses de vendas. Essa relação ficou pouco abaixo dos 4 meses de julho, mas bem acima da média histórica de 2,6 meses, segundo dados do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda).

Fonte: Diário do Comércio e Indústria